sábado, 10 de setembro de 2011


Sempre agi sem qualquer dúvida ou remorso. Sempre fui firme quanto ao que falar ou fazer. Meu comportamento sempre dependeu do meu humor, das minhas vontades, e por mais que nem todas as minhas escolhas tenham sido acertadas, isso justificava e me deixava livre de qualquer arrependimento. Entretanto, nesses últimos dias mal posso reconhecer a menina que miro de relance no espelho. A menina que tenho evitado encarar. Tanta coisa eu preciso dizer, tanta coisa quero fazer. Sentimentos suplicam para sair de dentro de mim. Tudo que eu quero guardar e esquecer que algum dia eu já quis colocar pra fora. Escrevo rascunhos todos os dias. Rabiscos imaginários de cartas que nunca colocarei no papel, esboços de emails e mensagens de celular que prefiro colocar na caixa de não enviadas a apertar o botãozinho verde que as encaminhariam ao seu destinatário. Às vezes temos tanto a dizer, tanto a demonstrar, que nenhuma palavra parece ser mais eficaz do que o silêncio. Às vezes olhos marejados de lágrimas dizem mais do que páginas e mais páginas de textos.
Gosto de ficar em meu quarto ouvindo aquelas musicas quem sempre me trazem lembranças, umas boas outras ruins, mas sempre me levam ao passado e acabo percebendo o quanto a vida pode mudar, assim de repente. Tem musicas que me fazem reviver momentos com meus amigos, e acabo rindo do nada e penso o quanto é bom ter eles por perto. Outras me fazem lembrar aquela pessoa que dizia me amar todos os dias e hoje não me diz nem “oi’’, fico pensando como nossas vidas tomaram rumos diferentes. Já outras trazem aqueles momentos perfeitos de um amor incondicional que mesmo com um ponto final esse amor nunca vai morrer e ao escutar essas musicas as lagrimas inevitavelmente rola dos olhos e faz o coração pulsar dizendo que o amor ainda está vivo. É incrível esse dom que a musica tem de mexer com as emoções e lembranças, e me fazem ficar assim com vontade de escrever para colocar pra fora tudo que ela me faz sentir.

E que nada, nada seja por acaso.


Eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo, outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

sábado, 3 de setembro de 2011




 


Eu deveria virar psicóloga. Todos me pedem ajuda, desabafam comigo. E o melhor, é que eu consigo ajudar, consigo resolver os problemas. Menos os meus. Eu dou tantos conselhos, mas não consigo seguir nenhum. Não consigo resolver nada que se refira a minha própria vida. Eu começo a guardar tudo dentro de mim, mas chega uma hora que eu não agüento mais, e explodo. Ai vem comentários do tipo: 'nossa, que mal humor!' Garanto que se fosse com eles, se eles passassem pelo que eu passo, entenderiam-me. Eu acumulo sentimentos de meses, expectativas, desabafos, problemas, ilusões, choros, pensamentos. E uma hora, eu não consigo mais segurar. Ai eu me tranco no quarto chorando, ou começo a tocar as patas em todo mundo, e dizem que eu que estou de frescura, ou não tenho nada pra fazer. É incrível, é sempre assim. Ninguém me entende, e esse é mais um problema na minha vida. E a cada dia, alguém me pede ajuda, e eu tento ajudar. Enquanto mais um problema vai pra dentro de mim, sem solução. Eu sinto coisas que não tem explicação. Sentimentos não correspondidos. Tanta coisa passa pela minha cabeça. Tantas músicas. E eu fico sempre na mesma, no mesmo quarto, no mesmo estado. Enquanto a vida vai passando diante dos meus olhos. Enquanto a vontade de viver vai desaparecendo...

Quem nunca amou um idiota ?



Por mais que eu não queira admitir, vou acabar pensando nele em algum momento da monotonia que a minha vida se tornou . Vida errante, vida fatigada de errar tanto . Engraçado como uma pessoa que, aparentemente, não teria nada que me apeteceria em potencial, pode ter causado tanto estrago . Ele é idiota, egoísta, egocêntrico e monossilábico . E mesmo assim, as monossíladas que ele grune ainda me fazem chorar . Mil casos paralelos acontecem, mas no final é nele que eu penso . Mil pessoas entrando em cena e, simplesmente, não conseguindo sair do papel de coadjuvante . Ele é burro, frio e distante . Mas ainda assim é dos beijos dele que eu lembro quando estou carente . Mil coisas foram ditas, das mais sinceras às mais ofencivas . Ele pôs em questão minha índole, duvidou do meu caráter, e nem por isso consegui tirar ele da droga dos meus pensamentos .Estou quieta no meu canto, semblante pálido de quem já não tem forças para amar . Mãos atadas, pensamentos confusos, coração partido . Se ele só me fez sofrer, se as atitudes dele me irritam, como posso não parar de pensar nele um segundo sequer ? Como esse sentimento que sinto por um alguém tão vazio, pode me encher tanto de sensações e perguntas ? Quem nunca amou um idiota que jogue logo um pedregulho . Pedregulho porque a dor vai ser muito grande e quem sabe eu esqueça do sangue seco em minhas mãos, por há tanto tempo estar esmurrando a mesma faca enferrujada .

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